terça-feira, 1 de junho de 2021

À um bebê morto

Prematuro nasceste, nada viveste e já morreste.
Recolhido foste à teu verdadeiro lar, Deus para si o tomou dizendo: 
"És puro, aí não podes ficar".

Muitas coisas perdeste, 
muitas coisas não viste 
nem poderás ver. 
Não conhecerás a dor que na vida existe, nunca chegarás a saber. 

Não andarás de pés descalços sobre a terra, não brincarás com os teus amigos.
Não sonharás nem amarás, 
tampouco chorarás. Estás privado de todos os bens 
mas livre de todos os perigos.

Aflige-me a consciência 
pensar que isso tinha que acontecer.
Porque a ti coube uma tão curta existência? O que direi de tal mistério, como posso entender?

Dorme, descansa, nobre bebê! 
A inocência é tua perpétua veste, com toda a certeza.
Partiste cheio de pureza, alvo era o teu ser! 
Voa para o céu ó criança, 
tu que mal nasceste 
e já tiveste que morrer!

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