quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Baile de máscaras

Vivemos em um mundo de aparências, onde não se pode ser quem realmente é. Sorrimos estando tristes, concordamos sem concordar, elogiamos coisas que detestamos, dizemos sim querendo dizer não. Vamos aonde não queremos ir, trabalhamos no que não sonhamos, moramos onde não queremos. Vivemos com alguém que não amamos para não ficarmos sozinhos, e se estamos sozinhos, fingimos que gostamos de estar assim.

Toleramos desaforos por não poder revidar, falamos mentiras por não poder dizer a verdade. Rimos da desgraça alheia para esquecer da própria, omitimos nossas fraquezas para aparentarmos fortes.   

Ostentamos o que não temos, fingimos ser o que não somos. Invejamos os outros, mas não queremos ser invejados. Queremos o que não é nosso, e não valorizamos o que nos pertence. Julgamos um erro alheio sem pensar que também podemos cometê-lo. Dizemos ter calma para não mostrarmos pânico.

Às vezes queremos ensinar o que ainda nem sabemos! Queremos ser senhores de nosso destino, quando não somos donos da nossa própria vida! Nos machucamos e não dizemos o quanto dói, ferimos a outro e dizemos que nem doeu. Odiamos a vida, mas temos medo da morte...Usamos a nossa máscara para sermos aceitos no baile e não a deixamos cair até que tudo termine e não seja mais necessário usá-la.

3 comentários:

  1. A mais pura verdade! Quantas vezes não usamos essas máscaras? O problema é quando nos esquecemos de retirá-la e deixamos de mostrar a face a quem só nos quer bem.

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  2. Mascaras infelizmente são necessarias, nos dias de hoje e pecado ser totalmente franco ou direto. O excesso de 'sensibilidade" de uma boa parte da pessoas exige menos transparencia e pouca efetividade.

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