quarta-feira, 2 de novembro de 2022

A porta



Há uma porta que leva para ninguém sabe onde.
Há uma porta que quando nela batem ninguém responde,
há uma porta que todos vêem
mas ninguém sabe que mistérios esconde.

Ela está sempre aberta
porém ninguém nela quer entrar.
Ela é pontual e certa
para na nossa estrada cruzar.

Dizem que quem nela entrou
o caminho de volta jamais trilhou.
Tudo o que nela entra
dos seus domínios nunca sai.
Ela arrebata à força,
o que nela adentra, afunda
sem saber para onde vai.

Ela não têm endereço fixo,
não têm localização,
dia ou hora certa.
Ela não têm prefixo,
está em todos os lugares,
aparece nos mares,
surge nos ares,
é eclética e democrática,
seu tamanho é colossal,
sua entrada é universal.

Esta porta a todos assombra,
todos a temem,
embora a todos acolha.
Não adianta dela fugir,
ela nos há de seguir,
atravessá-la não é uma escolha.

Desde o começo estamos
fadados a atravessar esse portal.
Dia após dia à ele avançamos
numa marcha acidental.

Há uma porta que leva para ninguém sabe onde.
Há uma porta que quando nela batem ninguém responde,
há uma porta que todos vêem,
mas ninguém sabe que mistérios esconde.

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