Entre as brumas e pétalas de flores invernais,
recordo-me das sumas lágrimas que derramei
nas solitárias noites outonais.
Só, me debrucei, lamentando pesares
que hoje não sei.
Meus penares secretos
segredos não são,
mas eu nunca os contei.
Cercam-me borboletas e insetos,
num teatro de facetas surreais.
Sonham os seres nos muros das paredes marginais.
Sou a parte de um todo,
de um todo desigual.
Nesse desigual sou tudo,
um agitador mudo,
um sonho de carnaval.
Noite, acalma minha alma!
Disfarça minha tristeza,
em seu negror traze-me a calma!
Meu peito grita de pavor,
meu corpo se retrai.
Quero ser uma estrela fixa nesse céu, ocultar-me na noite que nunca trai...
Um cavalo corcel é o coração humano,
fonte de emoção, riso, dor e dano...
No turbilhão dos ventos quero me encontrar,
talvez nele esteja a paixão (ânsia de viver)
que pelos ares um dia vi voar!