quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Um vulto

A cada dia que passa,
pior eu me sinto,
tudo isso vai encaminhando à um grande mal
sem precedente tal, eu pressinto,
tamanha a dor que sinto,
eu garanto, tristemente eu não minto!

Os dias se vão secando meu ser,
rápidos, à galope, levando-me,
sinto então como se estivesse a morrer!
Não como homem, não como gente,
mas tal como planta, secando, secando, em todas as partes,
até desfolhar, até derreter!

Tamanho sofrer não merece ninguém ter,
oh que desventura, que miserê!
Concluo comigo
em meus muitos pensares absorto,
que há algo bom e outro sem alívio,
bom é sentir-se vivo estando morto,
terrível ser um morto estando vivo!

Nessa agonia estou eu a desaparecer!
Perdão ao divino peço,
minhas palavras com esmero meço, mas não quero mais ser um vulto, viver em luto,
oh que vontade de morrer!

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