segunda-feira, 12 de abril de 2021

Cinzas


O vento espalha as cinzas 
que um dia o fogo queimou. 
Na verdade, nada mais são que restos 
de algo que um dia esteve de pé 
e que agora, um simples dejeto é. 

Cinzas de papel, roupa ou objetos! 
O que de fato importa? 
Sombras são de algo que houve, como alguém que ali esteve a bater à porta. 

Muito querida e estimadas essas coisas foram e até hoje são. 
Mas do que foram elas, não se vê mais nada, 
além dessas cinzas no chão. 

Igualmente, quisera eu verter-me em cinzas, sim, 
aos poucos dissolver-me, lentamente em vão. 
Pois do homem que um dia fui, já me tornei cinzas,
e queimou-se por inteiro, 
oh! queimou-se meu pobre coração!

Nenhum comentário:

Postar um comentário