quinta-feira, 7 de abril de 2022

Por quê?


Para quê me dão a vida 
se um dia me irão tomá-la?
Porquê essa ferida 
se não posso curá-la?

Porquê padeço angústias sem fim,
mil dissabores, desgostos e dores,
em mim aperfeiçoados? 
Porquê sofro pelos erros de outros, 
sobre mim recaem
as taras dos meus antepassados? 

Para quê os sentimentos, 
amargos, ácidos, para que servem?
Para quê os pensamentos, 
questionamentos, que em minha mente fervem?

Porquê o que eu quero não tenho, 
e o que não peço, isso obtenho?
Porquê eu insisto e não consigo, por mais que eu lute, por muito que me empenho? 

O que há de errado comigo, afinal?
Porquê me foge o bem e me persegue o mal?
Sou eu da tragédia abrigo?
Porquê tanta má sorte?
Será a minha sina sofrer,
viver desejando a morte?

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