Entardece. As poucas nuvens se dissipam,
no céu do azul dourado.
Choram, em tom de prece, um rogo surdo e implorado.
Por um instante, vai-se o sol distante, cumprida a sua jornada.
Breve vem a noite,
e a lua de encantos adornada.
Repousa no vale longínquo os sonhos de uma geração apaixonada.
Dorme, aspira, suspira, inspira.
Vem, ó noite com o teu furor!
Ó trevas, chega embalada.
Pois já foi o dia, e o
homem que não é nada...
Repousam no ar os murmúrios, arrepios
da guerra desvairada.
Seres errantes, banidos,
expulsos da pátria amada.
Se vai a luz do dia,
neste momento de agonia.
Já reluz a lua,
na noite sombria.
É então que uma voz surda, morta diz:
"Repousai ó sol de vosso trabalho, chegai ó lua,
iluminai-nos!"
Pois já dormem os heróis, os fortes repousam no malho,
e cá estamos nós novamente, sempre
e sempre, eternamente...
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