sexta-feira, 12 de outubro de 2018

O Fogo eterno

"Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" (Mt 25:41). A sentença de condenação que proferirá nosso Senhor Jesus no grande dia do juízo final, têm sido vista como uma das provas do sofrimento eterno dos pecadores. Veremos a seguir, porém, como tal crença é infundada, e que devidamente analisada, tais palavras são justamente o contrário do que dizem.

Além de Mateus 25:41, a expressão fogo eterno ocorre somente outras duas vezes nas escrituras, e uma delas é de suma importância para elucidarmos esse termo. Leiamos Judas 7: "Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas que havendo se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno." Este texto sagrado chama atenção pelo fato do escritor inspirado ter empregado esta mesma expressão para uma cidade/pessoas cujo castigo já teve fim! Tal declaração é de grande valia para o entendimento correto do que é de fato o fogo eterno: castigo infinito, infindável? Não! Antes, uma destruição irreversível, eterna, para sempre! Isso é um fato, já que Sodoma e Gomorra há séculos pararam de queimar, mas sua pena foi eterna: Fogo eterno.

Alguns objetam, afirmando que Judas não quis dizer que estas cidades foram destruídas para sempre (sendo esta a pena do fogo eterno), mas que na verdade ele queria dizer que os habitantes destas cidades estão sofrendo ou sofrerão o mesmo "tormento eterno" que o diabo e demais ímpios. Esta alegação contudo não procede, pelas seguintes razões: Se esta fosse a intenção do autor, ele não precisaria usar Sodoma como exemplo, pois o que aconteceu com ela não seria de fato um aviso, como o versículo diz! Mas o verso fala justamente que sofreram essa pena, e que isso é um exemplo para nós.

Segundo, porque Pedro tem raciocínio semelhante ao de Judas na sua epístola: "E condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza e pondo-as de exemplo aos que haviam de viver impiamente." (2 Pe 2:6). O apóstolo também nos prova que Sodoma e Gomorra foram totalmente destruídas, virando cinzas, e que isso é aviso para todos os ímpios que viriam depois! Pedro, além de não deixar dúvidas de que o castigo daquele povo foi destruição total, reitera que é um exemplo para os pecadores.

Em terceiro lugar, o próprio Cristo garantiu que a pena que os moradores de Sodoma sofrerão será menor que a das outras cidades (Mt 10:15). Isto desmonta a crença de que será um tormento eterno para todo mundo e que Judas quis dizer isso em sua epístola, pois além de provar que uns serão mais castigados e outros menos, mostra que o povo de Sodoma não está sofrendo este tormento eterno, sim que serão punidos novamente, mas menos que os demais. Jesus também comparou a manifestação de sua vinda com o que sucedeu com este povo em Lc 17:28-30. "Curiosamente", os mesmos elementos que queimaram essas cidades, são os mesmos que experimentarão os perdidos no juízo final: "lago de fogo e enxofre, que é a segunda morte" (Ap 21:8).

Portanto, Mt 25:41, uma vez sendo analisado à luz de outros textos que tratam do mesmo tema, no caso da volta de Cristo e juízo de Deus, não prova um tormento eterno e consciente, mas sim o oposto disto, uma completa, definitiva, irreversível e eterna destruição.

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