domingo, 12 de dezembro de 2021

Donos da história


Queria ter estado lá esse dia, 
espiando entre as verdes moitas, ver o que aquelas duas almas, mentes e mãos afoitas
iriam fazer, o começo de tudo 
que mais tarde viria. 

Sem dúvida nenhuma 
a rastejante foi quem armou,
mas sem a ajuda deles 
não haveria tragédia alguma,
o barraco não desabaria 
como desabou!

Lúcifer, terrível e manipulador, sem maiores problemas a mãe de todos os viventes, enganou. 
Mas pudera, pois desejara em seu coração, em seu íntimo quisera, sonhar o pecado 
de ser a criatura tão sábia quanto o criador,
e caiu no mesmo erro
daquele que das trevas é senhor. 

Tal desejo, arrogante, prepotente, incitado pelo mal em forma de serpente, não podia terminar bem.
Sem saber o que faziam 
do fruto proibido comiam, 
a própria raça afundavam 
num caos, sem precedente tal.

Tornou-se então o homem mortal, o diabo seu pai.
Aprendeu o ódio e a guerra. 
É pó e volta à terra,
seu corpo aprodece,
e enterrado vai.

Que proveito houve, afinal,
provar da árvore do conhecimento do bem e do mal?
Herdar o inferno, viver com os demônios uma relação fraternal?
Tal fruto custou muito caro, 
mas não é ele a causa de todo o mal.
É a serpente, mas não ela somente, e o homem com o seu desejo de ter o que não podia, 
querer o que não lhe pertencia.

Como sorte, temos muitas dores, de brinde a morte,
vivendo uma vida curta, 
um espetáculo de horrores. 
Contudo, de tudo não perdemos
nossa dignidade e glória, 
temos a santa cruz, 
o bendito salvador Jesus!

Se os dois primeiros humanos
culpados ou inocentes são, 
não compete à minha memória, 
seja como for, são os nossos pais (carrascos ou benfeitores)
os donos da história!

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